Nos dias atuais, a tecnologia é uma das principais formas de unir as pessoas. Inúmeros casais se conheceram graças a um site de namoro, redes sociais ou uma mensagem de texto. A tecnologia tem proporcionado uma nova plataforma para milhões de pessoas darem o primeiro passo em um relacionamento. Isso tem sido especialmente útil para as pessoas que são tímidas, por exemplo. A piscóloga Lisa Firestone, especialista em relacionamentos, possui uma coluna no site americano Huffington Post e em seu último texto ela fala sobre as questões das mensagens eróticas.
Ela fala que com smartphones e Internet, as possibilidades de flerte agora são infinitas. Isso pode ser saudável quando se trata de manter viva a centelha entre um casal e também pode ser bom para duas pessoas se conhecerem. O chamado "sexting" - mensagens eróticas -, pode ser positivo quando o flerte se transforma em ação, segundo a psicóloga. "Mas se torna um problema quando os dispositivos se tornam um substituto para o verdadeiro relacionamento", relatou.
Lisa Firestone acredita que existem quatro elementos, que ela chama de "os quatro Ds", com os quais há de se ter cautela: Distração, Desconexão, Dessensibilização e Desonestidade.
Distração: "Relacionamentos são difíceis de trabalhar. A bagagem que cada pessoa carrega consigo pesa sobre a maneira como um casal se relaciona com o outro. Dispositivos são uma grande distração dos desafios reais que surgem em um relacionamento. O tempo que se passa em um smartphone nos ajuda a evitar as principais questões ou problemas da pessoa ao lado da cama".
"Uma conexão danificada com alguém pode nos fazer olhar com excitação ou romance para outros lugares, como Twitter, Facebook, ou ex-namorados cujos números estão convenientemente programados em nossos celulares. Esta comunicação nem sempre leva à infidelidade, mas a distração só nos impede de reparar a ligação que temos com nossos parceiros. Isso limita a nossa capacidade de sintonizar com nossos parceiros e ser sensível às suas necessidades. Tempo gasto com os dispositivos podem nos impedir de tomar o tempo para falar através de problemas, resolução de questões, ou simplesmente passar o tempo desfrutando uns dos outros", disse.
Desconexão: "O grande problema de flertar via e-mail, SMS, ou chat é que ele pode ser altamente impessoal. Muitos dos exemplos que temos visto de "sexting" parecem cruzar a linha de real até a fantasia total. O problema é que muitas vezes as pessoas preferem a ilusão inebriante. Os relacionamentos trazem desafios reais que podemos facilmente evitar em um mundo cyber".
Dessensibilização: "A tecnologia tem uma capacidade destrutiva. A gratificação instantânea invadiu nossas casas sob a forma de aplicações, lojas online, jogos, vídeos, mídias sociais e muito mais. Raramente temos que enfrentar nossos medos no Facebook. Qualquer atividade que usamos para cortar as emoções negativas tem o infeliz efeito de diminuir as emoções positivas também. Isto pode ser particularmente desgastante para os nossos relacionamentos íntimos. Se usarmos o pouco de energia que nos resta no final do dia para responder e-mails ou navegar na web, pense que estamos sacrificando iniciação, afeto e paixão".
Desonestidade: "Uma das desvantagens mais evidentes da Internet é que, em muitos relacionamentos, tem se criado um ambiente de decepção e desconfiança. Nós agora não só vivemos em um mundo onde as pessoas muitas vezes encontram algo na web que confirma suas suspeitas. As pessoas têm usado a tecnologia não apenas para escapar do mundo real, mas para enganar".
"Isso pode acontecer quando substituímos a emoção de um flerte secreto para a paixão que já sentiu em seu relacionamento. Ele pode até mesmo ocorrer quando nos enganamos ao achar que as pessoas que encontramos online são perfeitas ou superiores ao nosso relacionamento real. Neste sentido, podemos usar diferentes graus de "sexting". De qualquer forma, estamos evitando a verdade, preferindo a ilusão do que a realidade que temos".
Por fim, Lisa Firestone avisa que a solução para o problema da tecnologia invadindo as relações pessoais está longe de ser desesperadora. Em cada caso individual, deve-se examinar como ele (ou ela) usa a tecnologia e se o uso é distanciamento dele (ou dela) de um ente querido. A psicóloga ainda conclui dizendo que se pode usar a tecnologia para se aproximar ao invés de se afastar do seu relacionamento.
Via: Huffington Post
0 comentários:
Postar um comentário